sexta-feira, 28 de junho de 2013


Se doeu tem que falar. Se incomodou tem que explicar. Se tá ruim tem que ajeitar. Se estragou tem que consertar, ou então jogar fora, entende?
Não dá pra passar a vida inteira com as coisas entaladas na garganta, feito espinha de peixe que não desce e arranha toda vez que a gente engole...(Clarissa Correa)
"Quando, ao rever retratos antigos, me peguei cantarolando velhas canções, percebi que ainda há dentro de mim, inequívocas manifestações de amor em estado bruto. Desgastado pelo avanço do tempo, esmaecido por décadas de hibernação, mas nem por isso menos amor... "(RM 28.06.2013)

Escrevi estes versos (em linguagem implícita) para alguém que por certo tempo foi muito especial para mim (não lembro o ano...). 
Na época a querida Mãe de minha amiga Ana Maria Badura e eu dividíamos a mesma sala numa empresa local, cujo empregador me nego a citar prá "não dar moral, assim, de graça".

E ela traduziu o texto para o espanhol, que acabo de resgatar entre meus arquivos, que ora compartilho:




VOCÊ

Você é o meu segredo mais querido, 
O meu sonho insensato
E a sensatez de minh’alma.
A covardia que aflora
Quando de você recordo
É a realidade mais viva,
Testemunha desse amor.
Você é a minha tristeza
Que me diminui e me apaga
Quando é plena primavera
E a flor exala o cheiro da paixão.
Você será permanente
Estado de êxtase e glória
Mesmo quando os campos verdes
Cobrirem-me a face e me calarem o som.

Tradução

“TU”

TU ERES mi secreto más querido
mi sueño insensato
y la sensatez de mi alma.
La cobardia que aflora
quando de TI me recuerdo
es la realidad más viva,
testigo de este amor.
TU ERES mi tristeza
que me diminuye y me apaga
quando es plena primavera
y la flor exala el olor de la pasión!
TU SERÁS permanente
estado de extasis y glória
aún cuando los campos verdes
me cubrem la face y me callen el sonido.

domingo, 16 de junho de 2013

15 Coisas Que Você Deveria Abandonar Para Ser Feliz

Há uma lista de 15 coisas que, se você desistir de todas elas, isso vai fazer sua vida ficar muito, muito mais fácil e muito, muito mais feliz. Nós nos prendemos a tantas coisas que nos causam tantas dores, estresse e sofrimento – e ao invés de deixá-las todas irem embora, agora… Ao invés de permitir que nós mesmos vivamos sem estresse e felizes… Nós nos agarramos a elas. Não mais. Começando a partir de hoje, nós desistiremos de todas essas coisas que não nos servem mais, e nós abraçaremos a mudança. Preparado? Aqui vamos nós:

1. Desista da sua necessidade de estar sempre certo 

Há tantos de nós que não conseguem suportar a idéia de estarmos errados, querendo sempre estar certos, mesmo sob o risco de terminar grandes relacionamentos ou causar um grande nível de estresse e dor, para nós e para outros. Isso não vale a pena. Quando você sentir a necessidade “urgente” de entrar em uma briga sobre quem está certo e quem está errado, pergunte a si mesmo o seguinte: “Eu preferiria ser a pessoa certa ou a pessoa gentil? Que diferença isso vai fazer? O meu ego é realmente grande desse jeito?”

2. Desista da sua necessidade de controle 

Esteja disposto a desistir da sua necessidade de sempre controlar tudo que acontece a você e em volta de você – situações, pessoas, eventos etc. Seja com seus amados, colegas de trabalho ou somente estranhos que você encontra na rua – apenas permita-os ser. Permita que tudo e todos sejam como eles são e você verá o quão melhor isso vai fazer você se sentir. “Ao se desapegar, tudo se torna realizado. O mundo é vencido por aqueles que se desapegam. Quando você tenta e tenta, o mundo se torna mais do que vencer.” (Lao Tzu) 

3. Desista da culpa 

Desista da sua necessidade para culpar outros pelo que você tem ou não tem, pelo que você sente ou não sente. Pare de dar seus poderes para outros e comece a assumir as responsabilidades da sua própria vida. 

4. Desista da sua conversa interior derrotista 

Oh, meu Deus! Quantas pessoas estão machucando a elas mesmas por causa das suas mentalidades negativas, poluídas e repetitivas? Não acredite em tudo que sua mente está lhe dizendo – especialmente se é negativista e auto-destrutiva. Porque você é melhor do que tudo isso. “A mente é um instrumento supremo se usada corretamente. Usada de maneira errada, no entanto, ela se torna muito destrutiva.” – Eckhart Tolle 

5. Desista das suas crenças limitantes 

Sobre aquilo que você pensa que pode ou não pode fazer, sobre o que é possível ou impossível. De agora em diante, você não mais irá permitir que suas crenças limitantes mantenham você paralisado no lugar errado. Abra suas asas e voe! Uma crença não é uma idéia presa pela mente, ela é uma idéia que prende a mente. – Elly Roselle. 

6. Desista de reclamar 

Desista da sua necessidade de reclamar sobre aquelas muitas, muitas, muuuuuitas coisas – pessoas, situações, eventos que lhe fazem infeliz, triste e deprimido. Ninguém pode fazer você infeliz, nenhuma situação pode fazer você triste ou miserável a não ser que você permita que isso aconteça. Não é a situação que dispara aqueles sentimentos em você, mas sim como você escolhe olhar para tudo aquilo. Nunca subestime o poder do pensamento positivo.

7. Desista da luxúria das críticas 

Abandone sua necessidade de criticar coisas, eventos ou pessoas que são diferentes de você. Nós somos todos diferentes, e mesmo assim somos iguais. Todos nós queremos ser felizes, todos nós queremos amar e sermos amados e todos nós queremos ser compreendidos. Todos nós queremos algo, e algo que é desejado por todos nós. 

8. Desista da sua necessidade de impressionar os outros 

Pare de pensar tão seriamente em ser ago que você não é somente pra fazer os outros gostarem de você. Isso não funciona desse jeito. No momento que você pára de tentar tão seriamente ser algo que você não é, no momento que você tira todas as suas máscaras, no momento que você aceita e abraça seu eu verdadeiro, você descobrirá as pessoas sendo atraídas por você, sem esforço algum. 

9. Abandone a sua resistência à mudança

Mudar é bom. Mudar irá lhe ajudar a ir de A a B. Mudar irá ajudar você a fazer melhorias em sua vida e também na vida de pessoas à sua volta. Siga seu destino, e abrace a mudança – não resista a ela. “Siga o seu destino e o universo irá abrir portas para você onde antes só haviam muros.” – Joseph Campbell 

10. Desista das etiquetas

Pare de etiquetar coisas, pessoas ou eventos que você não entende. Páre de chamá-los “estranhos” ou “diferentes”. Tente abrir sua mente, pouco a pouco. As mentes só funcionam quanto estão abertas. “A mais alta forma de ignorância é quando você rejeita algo sobre o qual você não sabe nada sobre.” – Wayne Dyer 

11. Desista dos seus medos 

Medo é só uma ilusão. Ele não existe – você o criou. Está tudo na sua mente. Corrija o seu interior e tudo no seu exterior irá se encaixar. “A única coisa que nós temos que temer é o próprio medo.” – Franklin D. Roosevelt. 

12. Desista das suas desculpas Coloque-as em um pacote e diga a elas que elas estão despedidas. Você não mais precisa delas. Um monte de vezes nós limitamos a nós mesmos por causa das muitas desculpas que nós usamos. Ao invés de crescer e trabalhar em melhorar nós mesmos e nossas vidas, nós nos tornamos presos, mentindo para nós mesmos, usando todos os tipos de desculpas – desculpas que 99,9% das vezes não são nem reais. 

13. Desista do seu passado 

Eu sei, eu sei. É difícil. Especialmente quando o passado parece tão melhor do que o presente – e o futuro parece tão assustador. Você deve levar em conta o fato de que o momento presente é tudo o que você tem e tudo que você irá ter na vida. O passado que você agora está buscando reviver – o passado com o qual você ainda sonha – foi ignorado por você quando ele era presente. Pare de se iludir. Esteja presente em tudo que você faz, e aproveite a vida. Afinal, a vida é uma jornada, não um destino. Tenha uma visão clara do futuro. Prepare a si mesmo, mas sempre esteja presente no seu agora.

14. Desista do apego 

Este é um conceito que, para a maioria de nós, é tão difícil de compreender e eu tenho que dizer a você que isso era complicado pra mim, também. E ainda é… Mas não é mais algo impossível. Você fica melhor e melhor nisso com tempo e prática. No momento em que você desliga a si mesmo de todas as coisas, você se torna muito mais cheio de paz, tão tolerante, tão gentil e tão sereno… Isso não significa que você não dê o seu amor para estas coisas – porque amor e apego não têm nada a ver um com o outro. Apego vem de um lugar de medo, enquanto amor… Bem, amor real é puro, gentil e sem ego. Onde há amor não pode haver medo, e por causa disso, apego e amor não coexistem. Livrando-se do apego, você chegará em um lugar onde você será capaz de entender todas as coisas sem tentar. Um estado além das palavras.

15. Desista de viver sua vida através das expectativas de outras pessoas 

Muitas pessoas estão vivendo uma vida que não é a vida delas. Elas vivem vidas de acordo com o que os outros pensam que é melhor para elas, elas vivem suas vidas de acordo com o que seus pais pensam que é melhor, pelo que seus amigos pensam, seus inimigos, professores, governo e até do que a mídia pensa que é melhor para elas. Elas ignoram suas vozes interiores, aquele chamado interno… Essas pessoas estão tão ocupadas em procurar agradar a todo mundo, preocupadas em atender as expectativas de outros, que elas perdem o controle de suas próprias vidas. Elas esquecem o que as torna felizes, o que elas querem, o que elas precisam… E, eventualmente, elas esquecem delas próprias. Você tem uma vida – essa aqui, agora – e você precisa vivê-la, apropriar-se dela e, especialmente, não deixar que a opinião de outras pessoas distraiam você do seu caminho.

SOBRE O CURADOR DESTE ARTIGO

Nome: Rodrigo Santiago Rodrigo Santiago é co-fundador do Movimento Espalhe o Amor, com mais de 1 milhão de pessoas conectadas através das mídias sociais. É autor de dois livros e treinamentos na área de auto-desenvolvimento. Trabalhou por 10 anos com Sistemas de Informação, em empresas como Petrobrás, Vivo, Tim etc. Hoje, atua como Meta-Coach credenciado pela ISNS, a comunidade com os padrões mais exigentes do mundo nessa área. Visite o site do autor: http://sejainabalavel.com.br/

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Ruth de Aquino é colunista de Época
raquino@edglobo.com.br (Foto: ÉPOCA)
Pode não parecer, mas sou romântica. Isso não quer dizer que precise ganhar flores. Talvez, por isso, nunca nenhum namorado ou marido me tenha presenteado com rosas. Eles se sentiriam deslocados na cena, no tempo e no espaço. Digamos que escolhi homens que, como eu, não associam amor a buquês. Sei que escolhi. Lembro cada vez em que me apaixonei e pensei: agora, é este.
Já ganhei árvores da felicidade... do meu atual namorado. Muito atual. Completamos 22 anos de namoro em abril. Comemoramos no mesmo mês, mas em datas diferentes. Eu, no dia em que nos conhecemos – foi uma espécie de “surpresa à primeira vista”. Ele, no dia em que fizemos amor pela primeira vez. Convidou-me para dormir em sua casa, por elegância, jamais carência. Voltei para minha casa. Já ficava claro ali, em abril de 1991, que eu queria apenas romance, não casamento. Ele também.
Amigos não se conformam quando nos tratamos de namorado e namorada. Como assim? Isso já virou um casamento! Não virou. Tenho ex-maridos, pais de meus filhos. Sei o que é morar na mesma casa, constituir família. Ele tem ex-mulher, mãe de seus filhos. Somos solteiros, não casamos oficialmente. Existe diferença entre casamento e namoro. Não somos marido e mulher. Não acreditamos em usucapião no amor.
A atriz Marieta Severo, de 66 anos, namora há oito o diretor de teatro Aderbal Freire-Filho. Ela falou para a revista Quem: “Moro na minha casa, ele na dele. Na minha cabeça, quando não se mora junto, se chama namoro. Gosto que seja namoro. Adoro esse nome (risos). Já vivi um casamento de 30 anos (com Chico Buarque, de quem se separou em 1996), está bom. Tenho uma vida familiar intensa, são sete netos”.
Meu namorado e eu também temos netos. Esse é outro preconceito com o namoro. Como se apenas jovens pudessem ser namorados. Às vezes, nos olham de viés e não acreditam. Como se namoros tivessem prazo de validade para passar à outra etapa. Sabemos que, qualquer dia, esse namoro pode acabar – talvez só a consciência da precariedade do amor o salve.
Olhem no espelho no Dia dos Namorados e perguntem: qual meu índice de chatice cotidiana? O namoro quase acabou poucas vezes – quando o Botafogo goleou o Fluminense, ou vice-versa. Não assistimos juntos a embates diretos. Se um time cismar em humilhar o outro, naquela noite não nos vemos. O romance sofre sempre que ficamos junto demais e caímos na armadilha clássica dos maridos e mulheres que implicam, cobram e reclamam. E se tornam malas. Quantas infidelidades são cometidas por desinteresse, mau humor e possessividade! Olhem-se no espelho no Dia dos Namorados, mesmo os casados ou sozinhos, e se perguntem: qual meu índice de chatice no cotidiano?
A primeira dedicatória de um livro de poesias dele dizia: “Para Ruth, companheira das praias de maio”. Eu tinha 36 anos, ele 42. O único desejo era dar prazer um ao outro, no outono de 1991. Não era premeditado, tínhamos poucas ilusões. O amor persiste pelo tesão físico e intelectual. E pela cumplicidade que resiste às diferenças de dois temperamentos fortes. Sempre fugimos dessa história de se fundir. Ou se ferrar... Cara-metade é uma expressão assustadora. Quantos se redescobrem quando viram ex! Conseguem um habeas corpus para o livre agir e pensar. E se reconhecem no verso de Fernando Pessoa: “Há muito tempo que não sou eu”.
É duro suportar uma longa solidão, a irregularidade do sexo. Mas muitas relações não têm salvação. Em 2011, o número de divórcios no Brasil cresceu 45,6%, segundo o IBGE. Isso significa o fim de 351 mil casamentos num ano. O advogado Luiz Octavio Rocha Miranda disse ao jornal O Globo que os casais se divorciam por crise financeira, desemprego do marido, salário superior da mulher, incompatibilidade cultural. Mais que por traição. Dos 108 processos que comandou nos últimos dois anos, o casamento mais curto durou a lua de mel. Aumentaram também as separações de idosos. Um casal, junto há 49 anos, decidiu se divorciar. “Perguntei à mulher, octogenária, o motivo”, disse Miranda. “Ela disse: ‘Doutor, quero morrer feliz!’.”
As mulheres que não vivem com seus parceiros mantêm seu desejo muito mais aceso que as mulheres vivendo na mesma casa com os maridos. A conclusão é de um estudo com 2.500 voluntários, feito por um psicólogo alemão, Dietrich Klusmann. Por que será? Uma pista: os maridos param de enxergar suas mulheres, não as olham mais com vontade e fogo. E esse é um dos maiores afrodisíacos femininos: perceber que ele quer você (ou que ela quer você, nestes tempos de Daniela Mercury). Se virar móvel ou utensílio, não há libido que resista.
O poeta e escritor Paulo Mendes Campos, morto em 1991, escreveu um livro de crônicas chamado O amor acaba. Foi relançado em abril e esgotou em menos de um mês. Dizem que é porque o amor anda em alta. Mas quando esteve em baixa?
Já que hoje todos parecem estar num mar de rosas, relevando tudo àquilo que até ontem era motivo para iniciar a terceira guerra mundial; 
Já que virou moda homenagear o marido como se ele realmente fosse o eterno e sonhado namorado e príncipe encantado;
Já que o Dia dos Namorados não é mais aquele Dia dos Namorados que eu conheci quando me apaixonei pela primeira vez... 
Decidi passar por aqui e registrar a minha mais sincera homenagem ao "PRESTADOR DE SERVIÇOS", aquele que é mais que um namorado, bem mais que um amigo "com benefícios" e muito mais que um marido com registro (ou não) em cartório.
O Prestador de Serviços pode ser contratado por tempo determinado ou "por empreitada".
É normalmente inteligente, esperto, coerente, engraçado, discreto, criativo, cuidadoso e corresponde exatamente àquilo que dele se espera. Não é acomodado, preguiçoso, hipócrita ou mentiroso, e também não apresenta desculpas esfarrapadas tentando burlar as cláusulas contratuais. Ele sempre FAZ por merecer cada recompensa; só isso, e nada mais que isso!
Teria muito mais a adicionar nesta minha homenagem ao meu PRESTADOR DE SERVIÇOS neste Dia dos Namorados, (já que não existe data específica para lembrá-lo), mas concluí que O SEGREDO É A ALMA DO NEGÓCIO (e isto já dizia a minha avó).
Então deixo aqui registrada esta declaração mais que romântica, dizendo que:
- SEMPRE VALE A PENA VER (você) DE NOVO !!!

terça-feira, 11 de junho de 2013

Era uma vez... 
Muitos e muitos anos atrás (when I was so young), atendi aos insistentes apelos de Mamãe e Papai para acompanhá-los em um passeio, durante o qual visitariam parentes com os quais havia pouco contato e proximidade. 
Ok, ok, meio a contragosto, lá fomos nós.
Próximo ao nosso destino, encontramos mais uma parcela de nossa família que teve a mesma idéia e seguia para o mesmo endereço. Confesso que até hoje ainda não sei se este encontro foi combinado ou não, mas o fato é que, em caravana, aquele “programa de índio” passou a ficar interessante.
Chegamos ao portão, daqueles feitos com de sarrafo e já todo despinguelado, amarrado aos troncos de madeira com borrachas de pneu de bicicleta, troncos estes que também sustentavam uma cerca de arame farpado. Sobre esta cerca, cresciam desordenadamente heras selvagens, flores, chuchu e também se estendiam roupas “lavadas” para secar. E ao que constatei, aquelas roupas já estavam por ali secando há vários dias...
Entreolhamo-nos. Risos contidos. Seguiu-se uma ordem de “silêncio e respeito” que só aquele olhar de Mamãe sabia sugerir.
Batemos palmas. Foi um susto. Surgiram cachorros de todos os tamanhos, raças e cores, vindos dos mais diferentes cantos daquela morada, seguidos de uma senhora desconfiada que se aproximou do portão perguntando quem éramos e o que queríamos.
Uma vez apresentados, convidou-nos para entrar. Sobre o lavador, havia louça suja desde o tempo da segunda guerra mundial; gatos, cachorros, galinhas, todos os animais enfim, freqüentavam o mesmo ambiente, ou seja, a casa, mais precisamente aquela cozinha, onde fomos acomodados.
Alguém manifestou sede e lhe foi servido um copo de água, que sequer foi levado à boca por estar engordurado e com muito mais impressões digitais que o cenário de um crime. 
Então aquela descontente senhora passou a relatar suas dificuldades, dizendo que seus parentes ignoravam sua existência, que necessitava de roupas para si e seus filhos, que havia falta de alimentos, etc e tal, ao que foi interrompida por uma das visitantes que lhe perguntou: 
- E o que foi feito de todos aqueles alimentos e todas aquelas roupas que trouxemos há cerca de um mês? Eram tantas e dos mais diferentes tamanhos, que serviriam para todas as estações do ano. 
A velha (nem tão velha assim) retrucou:
- O que tinha de bom “nóis” comeu, mas tinha muita coisa que “nóis” nem gostava. Então “ponhô fora”.
- Ah, e aquelas roupas? Já estavam todas sujas, encardida mesmo. Aí joguei tudo fora... 
Naquele dia, naquele lugar, quem teve sede não bebeu, quem precisou ir ao banheiro, não foi e quem reclamava de possuir pouco, passou a pensar duas vezes antes de abrir a boca. 
POBRE, não é aquele que pouco possui, mas sim aquele que não sabe dar valor e ser grato pelo que tem. 

(Lembrei deste episódio no momento em que me deparei com esta figura na rede. Foi mais ou menos isto que encontrei naquela visita)

segunda-feira, 3 de junho de 2013